Como nasce um jingle?

Primeiramente, quem não conhece o funcionamento do mercado publicitário não faz ideia, na maioria das vezes, de como é o processo de criação e produção de um jingle. O trabalho, de forma geral, se inicia coma decisão por parte de uma agencia de propaganda de incluir o jingle como peca publicitaria na campanha de um anunciante. Esse jingle pode ser utilizado isoladamente no radio ou fazer parte da trilha sonora de comerciais a serem exibidos na televisão, na internet e ou cinema.No entanto, as agências não contam com músicos em sua equipe, e por esse motivo, contratam produtoras de áudio, estúdios de alta qualidade que contam com músicos profissionais especializados na criação de fonogramas publicitários.No primeiro contato, a agência passa um briefing, expressão utilizada pelo mercado publicitário para designar um documento que resume informações sobre o que será anunciado, como características e diferenciais da marca, do produto ou do serviço anunciado. A agênciaPode também apresentar uma musica ou estilo musical como referência para o ritmo e ou melodia.O jingle geralmente é criado por um músico, chamado também de “ *jinglista*, o que não impede que, muitas vezes, a letra tenha sido escrita pelo redator da agencia de propaganda, um poeta ou alguém da própria produtora de áudio que não seja músico. Durante a produção, outros músicos podem ser envolvidos no processo. Os arranjos, a arregimentação, a regência dos músicos e do coro e a direção dos intérpretes, por exemplo, é um trabalho feito na maioria das vezes por maestros. A produtora de áudio conta também com engenheiros de som, técnicos e auxiliares de estúdio que possibilitam a entrega do trabalho finalizado com a qualidade requerida, pronto para veiculação.Muita gente já tentou teorizar sobre o processo de criação de jingles, estabelecendo regras e protocolos como se fosse uma receita de bolo aplicável com todas as circunstâncias que demandassem a composição de uma música para a publicidade. Já tentaram estabelecer protocolos absurdos que afirmavam que nos primeiros três segundos o nome do produto tem que ser apresentado e depois repetido pelo menos mais quatro vezes no decorrer da peça.Houve até quem esquematizasse que em um jingle de trinta segundos, a introdução deve ter entre cinco e dez segundos e ser construída com alguns acordes fortes para despertar a atenção do ouvinte. Os 15 segundos seguintes devem ter uma melodia marcante com o nome do produto sendo repetido. Os segundos finais precisam ter algo que funcione como uma assinatura musical que faça a peça ser lembrada por muito tempo. Além de simplista, essa formula não leva em conta uma série de fatores fundamentais, como características do produto, serviço ou marca anunciados, onde será veiculado, perfil do público-alvo a ser atingido, tempo de veiculação, enfim, as variáveis são inúmeras, assim como o possível resultado final.Fazer jingle não é para qualquer um. Jingle é uma especialidade, ou seja, tem que ser especialista para conseguir faze-lo com qualidade, no entanto, paradoxalmente, quem trabalha criando jingles tem que ser generalista. Quem só toque rock por exemplo, pode vir a ter dificuldade de compor um samba ou um frevo, já o *jinglista* não.Da mesma forma que às dez da manhã ele está criando uma bossa nova para um cartão de crédito, ás duas da tarde pode compor uma música sertaneja para óleo para motor de caminhões e, no fim do dia, compor um jazz para uma companhia aérea. Acredite, algo assim não é um mero exemplo. Acontece constantemente.

Coca Cola e suas marcas!

Á principio, a marca que adotou a música como ferramenta de comunicação foi a Coca-Cola.

A marca participou do cenário musical sendo citada por grandes nomes da música, como em

Come Together” (Beatles), “Billy Boola” (U2), “Desecration Smile” (Red Hot Chili Peppers), “The Static Age” (Green Day) e “Another Could and Windy” (Bee Gees),

sendo esta última uma versão muito próxima de um jingle, por elogiar tanto a marca e seu produto!

Além disso, a Coca-Cola sempre utilizou a música a seu favor diante de adversidades, como, por exemplo,

em seu primeiro comercial produzido no Brasil em 1955, no qual o locutor Carlos Henrique apresenta instrumentos básicos do coco nordestino, reverenciando o ritmo local, e com a participação da cantora Dóris Monteiro com um coro masculino. O jingle tinha o tema “Isso me faz bem” e tirava dúvidas sobre o produto ser saudável.

Em nossa opinião foi uma estratégia incrível, pois na época o Brasil considerava somente guaraná como refrigerante!

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